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Reflexões sobre a continuidade dos atendimentos em tempos de isolamento social.

  • Foto do escritor: Camila Bhering
    Camila Bhering
  • 26 de mai. de 2020
  • 2 min de leitura

Quando o período de isolamento social começou, senti uma série de emoções e me deparei com diversos autoquestionamentos. “E agora?”, “Como dar sequência aos atendimentos?”, “Até quando as crianças ficarão sem as intervenções que são tão importantes para elas?”, “Como orientar os pais sem gerar uma sobrecarga de responsabilidades considerando todas as outras demandas de casa, trabalho e escola?”. “Como fazer um atendimento online onde o olho no olho e o contato físico são tão importantes?”, “Será que vai funcionar para todas as crianças?”, “Se não funcionar, quais alternativas eu tenho?”

E então, como todos esses questionamentos e incertezas, os testes começaram! Orientação à família, sacolinhas de atividades na portaria e atendimentos online e atendimentos pontuais presenciais.


Como foram os primeiros atendimentos online? Confusos, sim! Eu, assim como a maioria das pessoas, estava em um momento de descoberta e adaptação. Mas, mais uma vez, as famílias e as crianças me surpreenderam! E estou falando tanto das que seguem com o tele atendimento ou atendimentos presenciais pontuais, quanto as que seguem apenas com orientações e aproveitando esse momento para passar mais tempo juntos.


Percebi que todas elas estão aprendendo, reforçando que o aprendizado é possível nos mais diversos contextos. Para algumas famílias, mesmo sem as terapias intensivas, esse tem sido um momento de descobertas e de ganhos na relação com seus filhos, ainda que existam situações desafiantes no dia a dia e que demandem a busca de orientação de um profissional.
Isso reafirmou um pensamento que eu sempre tive e que levo como pilar para os meus atendimentos: Cada família é única! Suas necessidades e suas dinâmicas são diferentes e, neste momento, não seria diferente. Não estou aqui de forma alguma negando a importância das intervenções, mas estou querendo dizer que não cabe a nós, profissionais, impor soluções nesse momento.

Acredito no acolhimento as necessidades de cada família, em sermos flexíveis e adotarmos a estratégia que melhor funciona para cada uma, nunca esquecendo que o nosso maior compromisso é com o desenvolvimento da criança, e que talvez, nesse momento ela esteja se desenvolvendo também de outras formas, como por exemplo, passando mais tempo brincando com seu irmão, com seus pais, e explorando novas interações na sua dinâmica familiar.

Nós, profissionais, temos a responsabilidade de avaliar junto à família a efetividade do tele atendimento e, em alguns casos, encontrar alternativas à ele. E assim provavelmente teremos que seguir nos próximos meses, avaliando, ajustando, testando.


Novas dinâmicas demandam adaptação! Meu papel é estar aqui, à disposição das famílias, propondo novas formas de intervenção, acolhendo as demandas e pensando juntos na solução para a continuidade das intervenções e nas dificuldades que possam aparecer.

Tenho certeza que esta é apenas uma fase e que haverá dias bons e dias desafiantes para todos.

Eu sigo aqui, aprendendo com as situações que fogem do controle do ser humano e, principalmente, com muitas saudades dos meus atendimentos, esperando ansiosamente a hora de reencontrar meus “pequenos” pessoalmente.

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